Iniciativa faz parte da sensibilização e conscientização da população masculina em relação aos cuidados com a saúde
Criada para sensibilizar e conscientizar a população masculina em relação aos cuidados com a saúde, principalmente no tocante à prevenção do câncer de próstata, a campanha “Novembro Azul” terá um importante reforço em Salvador e em outras duas cidades do oeste baiano, com uma ação promovida pelo Instituto Sabin, Organização Social de Interesse Público (Oscip) responsável pelo investimento social do Grupo Sabin. Isso porque a entidade fará a doação de 90 vouchers de exames, que serão compartilhados com os pacientes das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), na capital baiana, e com as pessoas atendidas pelo Centro de Referência da Assistência Social (Cras) e pelo Programa Municipal de Atendimento à Terceira Idade (Promati), em Luís Eduardo Magalhães. A ideia é que eles possam fazer exames a fim de analisar o quadro de saúde, auxiliando no acompanhamento médico.
Agnaluce Moreira, gestora regional do Sabin em Salvador, destaca que as Osid foram escolhidas por realizar um importante trabalho para ampliar o acesso ao rastreio e tratamento do câncer. “Unir forças com essa instituição, em prol de uma causa como a do ‘Novembro Azul’, traz mais visibilidade para a campanha e, consequentemente, gera mais conscientização, principalmente para os homens, que não costumam cuidar tanto da saúde, se comparado com as mulheres. Então, falar sobre o cuidado para este público e trazer exames gratuitos que rastreiam a doença não só beneficia a população em situação de vulnerabilidade como também auxilia na prevenção dessa doença, que é uma das que mais afetam a população masculina, porque a detecção precoce é crucial para um tratamento eficaz”, pontua.
Márcio Daniel, gestor regional do Sabin Diagnóstico e Saúde no oeste baiano, também salienta que a Cras e Promati fazem “um importante trabalho junto à comunidade”. Por isso, foram contemplados com os vouchers para a realização de exames gratuitos nas unidades do Sabin. “Acreditamos que, desta forma, contribuímos para uma melhor atenção à saúde da comunidade em nosso entorno, auxiliando no diagnóstico e na prevenção de doenças, principalmente dentro da campanha do ‘Novembro Azul’”, enfatiza.
Prevenção é a palavra-chave
O Instituto Nacional de Câncer (Inca), órgão auxiliar do Ministério da Saúde para a prevenção e controle dessa doença no Brasil, estima que o país deve registrar 71,7 mil novos casos de câncer de próstata, por ano, no triênio 2023-2025. A doença é a terceira com mais incidência entre as neoplasias malignas, com 10,2% das ocorrências. Ela só fica atrás do câncer de pele não melanoma (31,3%) e de mama feminina (10,5%).
Dados da Secretaria Estadual de Saúde da Bahia (Sesab) mostram que o número de internações pela doença, em 2022, chegou a 3.142 casos, com 1.458 mortes. Este ano, até agosto, as ocorrências de hospitalização foram de 1.826. Os de mortalidade, até o último dia 18 de outubro, já chegaram a 1.038 casos.
Por conta disso, especialistas reforçam que o diagnóstico precoce, por meio de consulta médica e a realização de exames, possibilita melhores resultados no tratamento, principalmente para os homens que têm histórico de câncer na família ou fatores de risco, como idade acima dos 60 anos e obesidade.
O Inca alerta que alguns fatores indicam que o paciente deve procurar um médico para fazer um acompanhamento mais específico, como dificuldade ou necessidade de urinar toda hora, diminuição do jato de urina e sangue na urina. Para confirmar o câncer de próstata, é necessário fazer a biópsia, que é indicada pelo médico ao encontrar alguma anomalia no exame de sangue PSA (Antígeno Prostático Específico), na ressonância magnética ou no toque retal.
“O PSA é uma proteína produzida pelo tecido prostático e sua quantificação é muito importante para o diagnóstico e acompanhamento do câncer de próstata. Além de auxiliar no diagnóstico de outras alterações, como a prostatite e a hiperplasia benigna da próstata, permitindo a detecção precoce”, informa a coordenadora do Núcleo Técnico Operacional (NTO) do Sabin, Híbera Brandão.
Ela ainda destaca que a Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que os homens a partir de 50 anos devem sempre procurar o médico para a avaliação individualizada sobre a necessidade de realização da dosagem do PSA e do exame digital retal. “Para detectar a doença precocemente, é importante que todo homem realize o exame de PSA, pelo menos, uma vez ao ano, além dos complementares, como o toque retal”, conclui.