Cardiologista recomenda acompanhamento médico e a realização do ecocardiograma, que é essencial para analisar a saúde do coração e possíveis doenças “silenciosas”
A saúde cardiovascular é um tema de grande relevância, especialmente diante dos dados preocupantes sobre as doenças do coração na Bahia. De acordo com os dados da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), no período de janeiro de 2019 até junho de 2024, foram registrados 48.440 casos de internação em virtude de infarto agudo do miocárdio no estado. O número de mortes, de 2019 até 29 de agosto de 2024, chegou a 31.398. Este cenário destaca a importância do diagnóstico precoce e preciso. E uma das formas de verificar a saúde do coração é por meio de exames de imagem, a exemplo do ecocardiograma, avalia a médica cardiologista do Sabin Diagnóstico e Saúde, Kátia Martins.
“O ecocardiograma é um tipo de exame ultrassonográfico que permite determinar o tamanho do coração, avalia a força com que ele está batendo, o funcionamento das suas valvas, dentre outras informações, auxiliando no diagnóstico e tratamento precoce de várias doenças cardíacas. Esta análise é feita em tempo real e os resultados são liberados imediatamente ao médico assistente”, explica a especialista.
Ela acrescenta que o exame é indicado para qualquer situação que haja suspeita de doença cardíaca ou com a confirmação dela, assim como para prevenção primária em indivíduos com fatores de risco para doenças cardíacas, como hipertensão, diabetes, obesidade, tabagismo e infarto precoce na família. Também deve ser realizado rotineiramente durante quimioterapia ou radioterapia e na vigência de doenças sistêmicas que possam acometer o coração.
O ecocardiograma permite diagnosticar doenças valvares, como estenoses ou insuficiências, doenças do músculo cardíaco que cursam com o aumento do coração e queda da função ventricular (miocardiopatias), hipertrofias ou infiltração do músculo, doenças congênitas, cicatrizes de infarto do miocárdio, aneurismas ou dissecções de aorta, trombos ou tumores cardíacos, entre outras patologias, algumas assintomáticas ou sem sinais clínicos evidentes. A especialista ressalta ainda que a avaliação é feita mediante à solicitação médica e que pode ser realizada de diferentes formas.
O tipo mais comum é o ecocardiograma transtorácico, que é um procedimento não invasivo. “Neste tipo, o exame é realizado colocando o aparelho de ultrassom em contato com o tórax do paciente para avaliar as estruturas e o funcionamento do coração”, detalha a médica.
Ela esclarece que existem outras modalidades para situações específicas, como o ecocardiograma transesofágico e o ecocardiograma sob estresse. “No primeiro, o exame é realizado como se fosse uma endoscopia. Normalmente, o paciente é submetido a uma sedação leve e uma sonda é passada pela boca até o esôfago, de forma que é possível avaliar o coração bem de perto e mais detalhadamente”, informa.
Ela pontua que o ecocardiograma sob estresse, por sua vez, é feito com o paciente realizando alguma atividade física ou com uso de medicação que acelera o coração. “É útil para avaliar certas doenças, onde o coração mostra alterações sob estresse, como na obstrução de artérias do coração na doença coronariana”, salienta.
Sobre a preparação para os exames, a especialista esclarece: “Para o ecocardiograma transtorácico, não é necessário jejum e o paciente pode seguir sua rotina normalmente. Já o ecocardiograma transesofágico requer jejum. O ecocardiograma sob estresse pode exigir mudanças na dieta ou suspensão de medicações específicas”.
A detecção precoce de condições cardíacas é um dos maiores benefícios do ecocardiograma. “Algumas doenças, como a insuficiência cardíaca em estágios iniciais, podem ser silenciosas. O ecocardiograma pode detectar essas condições antes que se tornem graves. Problemas congênitos e doenças valvares, mesmo sem sinais iniciais, também podem ser identificados pelo exame”, destaca a especialista.
A realização de um ecocardiograma deve sempre ser precedida por uma avaliação médica detalhada. A cardiologista enfatiza a importância de realizar esses exames como parte de um acompanhamento regular da saúde cardiovascular, especialmente para indivíduos com histórico de doenças cardíacas. “Detecção precoce, tratamento precoce”, conclui.
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